quarta-feira, março 21, 2007

Sem título



Amorfo e inerte, vagueio por pensamentos vagos,
Relembrando os dias áureos, repletos de cores e emoções...
Dias em que a felicidade imperava no meu ser
Qual senhora soberana, repleta de bondade e serenidade,
Cuja sua mão me embalava em suaves movimentos de paz.
Dias que se escaparam pela linha de um tempo estóico
Indiferente aos caminhos por onde passa
Severo e vil a quem o quisesse enfrentar.
Dias que tomaram a minha memória fazendo-a sua prisioneira
Condenada ao eterno e doloroso recordar,
Que vai torturando o meu debilitante ser,
Fazendo-o implorar cada vez mais pela sua libertação.

Foto tirada por Miguel Cruz

sexta-feira, maio 26, 2006

Amante


Não sou poeta que escreve lindas poesias e que num só verso encanta as pessoas expondo-as aos mais maravilhosos sentimentos e emoções.
Não sou pintor que cria maravilhosas telas, expondo a sua criatividade ao mundo em mil e uma cores e mil e uma formas, fazendo-nos deliciar com as suas obras.
Não sou cantor, que canta as mais belas canções, que nos hipnotiza com a sua voz melodiosa e com os seus ritmos alegres.
Não sou escultor que esculpe as mais belas esculturas retratando ao pormenor os mais leves contornos e saliências e que nos espanta com a sua imponência.
Não sou poeta, pintor, cantor ou escultor, simplesmente sou um amante, um tolo apaixonado por uma deusa, um comum mortal que fica encantado com a tua magia e o teu encanto, um servo que te idolatra e te coloca num pedestal, mas principalmente sou só um homem que te ama e te quer até ao fundo da minha alma.

quinta-feira, maio 04, 2006


Que sentimento é este que me leva à loucura, qual droga que vicia o seu consumidor, fazendo-me cair no estado de embriaguez e de felicidade tal, que sinto que estou a flutuar num mar de calmaria, o qual que me vai embalando na sua corrente encaminhando-me até ti.

quinta-feira, março 09, 2006

Tu


Nesta vida e escura
Nasce uma luz…
Volta a paixão
Volta a alegria
Fazendo com a tristeza
Seja apenas uma mera lembrança.
A tua luz envolve-me
E aquece-me…
Caio nos teus braços
E deixo-me adormecer
Sentindo o teu calor.

Adoro-te….
Fizeste-me transbordar
De sentimentos
Puseste o meu coração a bater (outra vez)
Deste-me uma razão para viver.

Centro todo o meu pensamento em ti
Como os planetas
Giram em torno do sol
Eu giro à tua volta
És o meu centro
O meu farol que me guia
Para a felicidade

quinta-feira, março 02, 2006

Fado

Que fado é este que me persegue, que me embala numa cantiga depressiva, que com a sua voz me encanta entoando as suas falsas promessas e falsos amores, que me corrói e destrói a alma. Que fado é este que me controla fazendo de mim marioneta neste grande teatro que é o mundo, que tem como peça a nossa vida, onde ninguém é espectador e todos são actores. Que fado arrogante é este que nos olha com desdém, achando-se superior, omnipotente e omnipresente, brincando com as nossas vidas, como se fosse uma criança mimada, que rejubila e escarnece com as desgraça de todos. Fado, destino, karma, fé, assumes várias formas apenas para te entreteres, deliciares e gozares com todos nós neste teatro cósmico que inventaste, onde és rei e senhor.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Vagueando


Percorrendo esta terra árida
Desprovida de sentimentos,
Qual vagabundo errante
Caminhando sem destino.
Tento encontrar um subterfúgio,
Que me faça sentir seguro.

Perco-me nas ruas da mente,
Revivendo tempos passados,
Desesperando em cada ruela que passa
Encontrando becos sem saída.

Encalhado nas memórias
Relembro a felicidade de outros tempos
Onde abri o meu coração
Expondo-o à tua frieza e apatia.

Assim deslizo pelas calçadas gélidas.
Quais fantasma vagueando pelo incerto
À procura de algo que me prenda a este mundo.
E em passos lentos percorro o meu caminho
Ansiando por um futuro melhor.

Foto retirada daqui

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

A morte saiu à rua


Cantem…
Dancem…
Festejem…
A morte saiu à rua
E vem saciar aos vossos desejos.

Deliciem-se com o terror e a tragédia,
Saciem as vossas mentes hediondas,
Pois vós sois a destruição
E da destruição vos alimentais.
Festejem sobre o sangue derramado
Dancem sobre as vítimas esquartejadas
Entoem os vossos cânticos hipnotizantes
Rejubilem pois a morte veio para ficar.